Ticker

6/recent/ticker-posts

De meros figurantes a protagonistas: A evolução repentina de Bélgica e Colômbia

Quem diria que desde a última Copa do Mundo, onde Colômbia e Bélgica sequer participaram, estariam hoje como cabeças de chave e ainda mais, com campanhas avassaladoras em suas elimitórias. Primeiramente falando sobre o país europeu, há quem diga que a grande safra belga é sorte, ou momento, mas é aí que se engana "feio", é puro planejamento. O investimento realizado nas categorias de base belgas, foi semelhante ao que a Alemanha exerceu após a Copa de 2006. Da mesma forma que a aconteceu com a Alemanha, a bélgica mudou seu estilo de futebol, internacionalizando-o. Pegou um pouquinho do estilo africano, da escola holandesa, da classe francesa e até a ginga brasileira. Após a eliminação para o Brasil pentacampeão, em 2002, o então diretor técnico da seleção, Michel Sablon, mudou completamente o futuro do futebol belga. Este cidadão criou um novo esquema de treino, que foi introduzido desde as escolas de futuros talentos até aos grandes clubes profissionais do campeonato belga. Sablon explica: “Nós juntamos um grupo de pessoas na mesa e fizemos um guia. Era um livro, de fato, com planejamento e diretrizes para três grupos: clubes, seleções nacionais e os treinadores nas escolas. Adotamos a mesma visão para os três grupos e fomos de porta em porta, a todos os clubes, pedir para que seus times sub-18 jogassem da mesma maneira. Percebemos que, nos clubes, o que importava era ganhar jogos nas categorias de base e isso não ajuda nada, nada, nada a formação de jogadores. Pedimos para que todos jogassem no 4-3-3, com pontas, três meio-campistas e linha de quatro atrás. Demorou cinco, seis anos para fazer com que os clubes aceitassem a ideia. No começo foi terrível, não foi nada fácil. Mas aí eles começaram a ver que aquilo funcionava, que os jogadores estavam ficando melhores.” Além da estratégia adotada com sucesso pelo país, o fato de Bruxelas ser uma atrativa cidade europeia, virou um dos principais destinos de imigrantes de outros continentes, principalmente o africano. O efeito positivo disso é uma missigenação de raças e de estilo de jogo no time. Jogadores como o capitão Kompany (Congo), Pocognoli (Itália), Chadli (Marrocos), Bakkali (Marrocos), Fellaini (Marrocos), Witsel (Martinica), Dembelé (Mali), Lukaku (Congo), Benteke (Congo) e Mirallas (Espanha), são exemplos de jogadores de que possuem origens de outros países e que na Bélgica ajudaram e foram ajudados a evoluir. 


Já na seleção colombiana, nenhuma estratégia revolucionadora foi adotada, nem a inclusão de estilos de futebol diferente em sua base, a verdade foi que os jogadores começaram a serem melhor trabalhados desde cedo, e consequentemente começaram a sair mais cedo para a Europa. O goleirão Ospina, o zagueiro Zapata, o lateral Cuadrado, os meias Guarín, Carlos Sanchez, Abel Aguilar e James Rodriguez, os atacantes Muriel, Carlos Bacca e o próprio Falcão García, são exemplo de jogadores que saíram na faixa etária de 20 anos, ou até menos, de sua terra natal para se aventurarem na Europa. Isso fez com que os jogadores talentosos do país, ainda jovens juntassem sua habilidade natural com a força e velocidade do futebol europeu. Além destes fatores, a chegada do técnico José Pékerman deu uma força maior ao grupo, que se encaixou e desempenhou um ótimo papel na eliminatória, ficando apenas atrás da poderosa Argentina.


Não vou arriscar nenhuma colocação destas equipes no mundial, até porque ainda falta um ano para o evento, e muita coisa pode acontecer, mas tenho certeza que estas seleções têm tudo para fazer uma ótima competição. A Colômbia ainda possui um problema com sua defesa, e não possui tantas opções para as posições como a Bélgica. Tendo como "aperitivo" o bom futebol destas seleções, já estou ficando muito ansioso para esta Copa.


fontes:

http://blogdojuliogomes.blogosfera.uol.com.br/

http://pt.euronews.com/