Assim como no ano de 2014, tivemos um final de Série B novamente inesperado, com o Vasco correndo risco de não voltar à elite do futebol brasileiro. O time cruzmaltino teve sérios problemas com a idade avançada de seus principais jogadores, como Rodrigo, Nenê e Andrezinho, que caíram de rendimento no segundo turno. Apesar das dificuldades, a vaga acabou vindo com duas vitórias nos últimos dois jogos da competição.
A grande surpresa desta Série B foi a campanha regular do Atlético Goianiense, que nem contava com um elenco tão qualificado como uma competição tão longa necessita. Apesar do talento do meia Magno Cruz, o time goiano não mostrou nenhum "carregador de piano", e sim um grupo forte, focado, entrosado e muito bem treinado pelo técnico Marcelo Cabo. Vários talentos foram revelados, como os meias Michel e Luiz Fernando, o lateral Matheus Ribeiro, o zagueiro Marllon e o atacante Alison.
O vice campeão, Avaí, conseguiu uma das maiores proezas da história das competições de pontos corridos, ter um aproveitamento de aproximadamente 75% em um returno. A grande reviravolta do time que estava há três pontos da zona de rebaixamento ao fim do primeiro turo, para a conquista do acesso, se deve principalmente a cinco fatores: a chegada do técnico Claudinei Oliveira, que conseguiu transformar em uma "família" um elenco bagunçado, a vinda de Joceli dos Santos para comandar o futebol, a contratação de Betão, que organizou e liderou o sistema defensivo que sofreu apenas onze gols, a mudança de presidente, que mostrou a competência de Batistotti no comando da equipe, e principalmente ao retorno do ídolo, líder e craque Marquinhos, que ficou sete meses se recuperando de uma cirurgia no joelho.
Como quase sempre acontece, a quarta vaga é definida mais pela incompetência das equipes, do que pela regularidade. Londrina, Brasil de Pelotas e Ceará "beliscaram" e sentiram o gostinho de estar no G-4 muitas rodadas, porém seus fracos elencos não os fizeram resistir, e assim Náutico e Bahia, com grupos bem mais qualificados, brigaram pela quarta vaga até a última rodada. Apesar do time baiano conquistar o acesso, o Náutico teve a "faca e o queijo na mão", precisando apenas ter feito sua parte dentro de casa diante do Oeste na 38ª rodada. A derrota do Timbú não só lhe tirou da Série A de 2017, mas livrou o Oeste do rebaixamento e classificou o Bahia, que havia perdido para o já campeão Atlético.
A grande decepção da competição, foi o Joinville, que voltava da elite do futebol brasileiro e acabou rebaixado para a Terceira Divisão nacional. Bragantino, Sampaio Corrêa e Tupi foram os outros três times que completam a lista do rebaixados, mas o retrocesso destes três times não surpreendem ninguém.
Seleção da Série B 2016:
1 - Renan (Avaí): Quando a equipe estava passando por maus bocados no começo do campeonato, segurou as pontas lá atrás com verdadeiros milagres. Manteve uma incrível regularidade nas atuações, e com a equipe mais fortalecida no segundo turno, quase nem sofreu gols.
2 - Matheus Ribeiro (Atlético Goianiense): Em uma posição que sofre com poucas opções de qualidade, Matheus "sobrou" no lado direito do Atlético, mostrando muito recurso.
3 - Marllon (Atlético Goianiense): Passou segurança à defesa do Dragão, sendo um zagueiro muito frio, técnico e raçudo.
4 - Fábio Sanches (Avaí): Foi um paredão na defesa avaiana. Tanto Fábio, quanto Betão, fizeram uma Série B sólida, formando uma dupla quase imbatível. Fábio mostrou muita determinação, liderança e raça, sendo capitão em algumas partidas. Betão completou as qualidades do companheiro, mostrando experiência, posicionamento excelente e técnica para sair jogando com a bola nos pés. Por estar mais tempo no clube, acho que Fábio tem a preferência na Seleção.
5 - Michel (Atlético Goianiense): Volante moderno, sabe defender, atacar, passar bem e chutar. Ainda vai longe esse garoto.
6 - Capa (Avaí): Lateral completo: cruza bem, apoia constantemente, é muito veloz e sabe marcar com eficiência. Jogador pronto para uma Série A.
7 - Felipe García (Brasil de Pelotas): Destaque do primeiro turno, marcou muitos gols, mostrando oportunismo e criatividade.
8 - Magno Cruz (Atlético Goianiense): Referência técnica do Atlético, foi simplesmente o melhor jogador da competição.
9 - Bill (Ceará): Artilheiro da competição com catorze gols anotados, também contribuiu muito para as assistências do time.
10 - Nenê (Vasco): Começou o campeonato de forma avassaladora, marcando muitos gols e dando assistências primordiais. Assim como toda a equipe, caiu de rendimento no segundo turno, mas ainda foi decisivo. Foi o jogador que mais participou de gols na competição, sendo 22 ao todo (treze gols e nove assistências). Querendo ou não, foi o principal responsável pelo acesso do Vasco.
11 - Roni (Náutico): Melhor jogador do Náutico do ano, Rony mostrou-se acima da média, sendo um jogador driblador, habilidoso, rápido e também goleador.
TÉCNICO: Marcelo Cabo (Atlético Goianiense): Comandando uma equipe apenas razoável, mostrou a eficácia de seu trabalho formando uma equipe muito focada e entrosada.
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